Esta é a minha visão do programa dos Auxiliares de Conversación portugueses em Espanha.
Fiz este vídeo no fim de Maio. Nele retrato tudo aquilo que vivi durante os 8 meses que trabalhei em Espanha: as viagens, as visitas de estudo, as actividades em aula. Esta é a minha visão do programa dos Auxiliares de Conversación portugueses em Espanha.
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No passado dia 29 de Junho estive em Aveiro no V Congreso sobre la Enseñanza del Español en Portugal para apresentar o programa dos Auxiliares de Conversación Portugueses em Espanha. Mostro-vos, abaixo, o powerpoint com todas as informações essenciais sobre o programa, assim como alguns conselhos, actividades e depoimentos de futuros e antigos colegas. Sintam-se à-vontade para acrescentar o que considerarem necessário.
Passar uma aula inteira a conversar com os alunos (mesmo que seja sobre “nada”) não é mau. O importante e indispensável é que falem em português, de resto podem falar sobre o que vos apetecer (a alunos, auxiliar, professor). Serve para descontrair dos momentos de “gramática-chata” e aproveitar para explorar um tema e praticar a oralidade.
Quando tu e o professor estiverem a dar gramática, pede sempre para os alunos darem exemplos. Por exemplo, enquanto estavamos a dar os artigos, pedi a uma menina que desse um exemplo com o artigo definido masculino do singular e ela disse “O meu namorado chama-se Sérgio.” Ela podia ter inventado outra coisa qualquer, mas lembrou-se disto e foi um bom momento de descontração para a turma.
É provável que fiques em mais de uma escola. Por isso, aproveita os materiais que fizeres para uma e usa-os também na outra. Quais são os pontos positivos? Já os usaste uma vez, já estás mais familiarizado com eles, podes melhorar aquilo que não resultou bem e tens mais tempo livre.
Corrigir os erros dos alunos é algo que exige um pouco de tacto, e isto porque há alunos que não se importam de ser corrigidos e aqueles que ficam muito envergonhados e não querem continuar porque ficam com medo de errar mais e serem gozados pelos seus colegas. Na área do ensino de língua estrangeira, sugere-se que nos níveis elementares não se corrija o aluno, ou seja, que o deixemos falar até ao fim e que só então lhe digamos que erros deu. Não há uma norma, passa muito por aquilo que consegues depreender do aluno. Por exemplo, com os alunos mais extrovertidos eu fazia questão de interromper aquilo que estavam a dizer e corrigir e eles continuavam sem qualquer problema; muitas vezes até interrompia três vezes para dizerem com a pronúncia correcta e eles repetiam e repetiam e eram ajudados pelos outros alunos, que estavam atentos e usavam aquela “crítica” como construtiva para eles próprios. Já com os alunos mais envergonhados eu acabava por seguir a regra de dizer tudo no fim, principalmente nas avaliações orais. Se estavam a falar expontaneamente, apenas corrigia a pronúncia e aproveitava essas ocasiões para que a turma toda aprendesse a pronúnciar a palavra de maneira correcta. Todas as situações de erro são situações de aprendizagem, é preciso é saber manejá-las bem para que o aluno não fique com medo de falar e a turma aproveite para aprender algo mais.
Esta é a página dos Auxiliares de Conversación portugueses no site do Ministerio de Educación, Cultura y Deporte em Portugal.
Aqui podes consultar todas as informações importantes relativas ao programa, tais como os requisitos, as condições em que vais trabalhar e o processo de candidatura. Quando planeias uma aula – com a ajuda do professor – lembra-te do tempo que dispões (normalmente uma hora) e do número de alunos que cada turma tem. Há turmas mais participativas e que não te deixam acabar o que tinhas planeado, mas isto não é necessariamente mau, porque estão a falar contigo, interessados no que estás a dizer, logo, estão a participar na tua aula; se não deste tudo o que tinhas a dar, não faz mal, continuas na próxima aula, já cumpriste a tua função de os pôr a falar e a interagir contigo e o resto da turma. Lembra-te que a tua principal função é pô-los a falar português. Não obstante, também há aquelas turmas “passivas” que se limitam a estar sentadas de braços cruzados e ouvir tudo aquilo que tens para dizer sem sequer abrir a boca, o que faz com que aquilo que tinhas planeado para uma hora termine em meia. Para que isto não aconteça, ao longo da aula vai perguntando se estão a perceber, fá-los repetir por palavras suas o que acabaste de dizer, faz-lhes perguntas de experiências pessoais relacionadas com o tema que estão a dar, espicaça-os a falar, a comentar; e lembra-te que não estás sozinho e que o teu professor também vai intervir e fazer com que os alunos cooperem contigo.
Começa sempre por saber quais os interesses dos alunos. Isto é muito importante porque assim ficas a saber do que gostam e do que não gostam e podes servir-te disso para escolher as actividades que achas que lhes irão cativar mais a atenção. Por exemplo, se gostam de desporto, ensina várias profissões relacionadas com o desporto quando chegar a altura de dar as profissões, ou vários desportos quando chegar a altura dos passatempos. Como é um tema do seu interesse, certamente vão estar mais atentos e podes aproveitar isso para, a partir desse tema, explorar outros, como a pintura, a leitura, a dança, etc.
Vamos iniciar uma nova secção no nosso blog destinada à divulgação de dicas/ sugestões para os Auxiliares de Conversación que vão iniciar a sua actividade:
No primeiro dia podes começar por apresentar-te e pedir aos alunos que se apresentem. As aulas deles costumam começar antes das tuas, por isso não tens de te preocupar em ensinar nada, quanto muito corriges alguma falha que dêem. |
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Junho 2017
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